É estranho ouvir, mas a frase foi dita por um aluno ao entrar na sala de aula, após o término da aula de Educação Física, no ginásio de esportes.

– Sintam, como é bom esse cheiro de escola!

Nesse instante, ouvindo a frase, um sentimento profundo despertou em mim, um dizer escondido de que nem tudo está perdido.

A criança relatou o que realmente se passava em seu íntimo.

Assim como se diz “cheiro de roupa limpa”, “cheiro da casa da avó”, o “cheiro de escola” nos remete ao local onde muitos alunos sentem-se acolhidos fora do ambiente familiar.

Em “cheiro de escola” é possível sentir que ali, há uma combinação da presença dos colegas com a presença do professor. Que todos são responsáveis em maior ou menor escala por aquele lugar, que a convivência é necessária e importante a todos. Tudo ali precisa e deve ser saudável, pois nos faz crescer a todos indistintamente.

Guilherme, este é o nome do garoto que pronunciou essas palavras tão importantes, capazes de transformar um dia de chuva torrencial em um dia ensolarado no coração de todos que ali estavam naquele momento. São palavras que soam como música suave acalmando corações angustiados. Angústia essa, que permeia os dias escolares de desassossego frente aos desafios enfrentados tanto pelo professor como pelo educando. Afinal, a escola é ponto de referência na vida de muitos jovens. É ela que de mãos dadas com a família, projeta cidadãos com ética, que conhecem seus verdadeiros deveres e direitos e, que apesar de tanta tecnologia, é ponto de encontro de saberes, de amizades, que poderão ao longo dos anos se firmarem ou não, mantendo vivo dentro de si e do coração das futuras gerações, o cheiro de escola.                                                                                                                              

Raquel Carpenedo

Texto escrito por: Raquel Carpenedo