O tempo é mágico.

É algo que não se explica, é difícil compreender, mas ele está ali, em torno de tudo o que fazemos ou deixamos de fazer.

Penso que entendemos melhor o tempo quando somos crianças, pois fazemos tudo o que queremos sem nos preocuparmos na exatidão dos segundos ou dos milésimos de segundos que exprimem o tempo.

À medida que tomamos consciência dos nossos deveres, que assumimos responsabilidades, o tempo parece escorregar entre nossos dedos, passar diante de nossos olhos sem que o percebamos. Os dias passam, os meses avançam, o ano termina. Tudo parece acontecer em um piscar de olhos, sem que nosso cérebro, máquina mais do que perfeita, consiga processar, entender.

O tempo existe e se não o compreendermos na sua imensidão, podemos sim, percebê-lo nas situações que vivenciamos, ao relembrarmos momentos de fraqueza, tristeza, preocupações, alegrias e por que não, momentos únicos de felicidade que nem sempre se repetem da mesma forma, no mesmo lugar, com as mesmas pessoas.

O tempo existe e nos castiga quando esperamos ansiosos por uma notícia que pode ser um “sim” ou “não”, quando contamos os minutos, as horas, os dias para rever alguém que está longe de nós, quando estamos em férias e queremos aproveitá-lo ao máximo, quando imaginamos que o inverno ou o verão irão chegar e durarão mais tempo do que gostaríamos.

Creio enfim, que o lado mais questionável do tempo é quando atingimos uma idade avançada que, ao retroceder o pensamento à infância, à adolescência, teremos um apanhado rápido da nossa existência e aí talvez consigamos entender o mistério do tempo, único companheiro inseparável que presencia nossos pensamentos, assiste silencioso nossa transformação física e também a da alma.

O tempo não nos questiona. Nós o questionamos.

Buscamos respostas que muitas vezes não existem.

Texto escrito por: Raquel Carpenedo